O Livro da Vida e os vencedores
Um assunto quase nunca tocado por calvinistas é o livro da
vida, onde está o nome de todos os salvos. Se Deus risca o nome de alguém do
livro da vida, isso significa que uma
pessoa salva está sendo tirada do rol dos que obterão a vida eterna, e,
consequentemente, perdendo a salvação. Assim sendo, se o Arminianismo é
verdadeiro, devemos encontrar algum tipo de descrição bíblica onde um nome é
retirado do livro da vida. Por outro lado, se o calvinismo for verdadeiro, não
devemos encontrar nenhuma descrição assim, ou teríamos que esperar citações
dizendo que é impossível que um nome seja retirado do livro.
Alguns afirma que “jamais Deus apagará o nome de alguém do
livro da vida”[1]. Essa afirmação é claramente equivocada à luz das Escrituras,
pois é notável, por toda parte, citações que mostram Deus riscando o nome de
alguém no livro. O livro da vida aparece desde o Antigo Testamento, e desde
aquela época já estava explícita a ideia de que Deus tira nomes do livro:
“Sejam eles tirados do livro da vida e não sejam incluídos
no rol dos justos” (Salmos 69:28)
Se Moisés, o autor do Pentateuco, cresse que era impossível
que Deus tirasse algum nome do livro da vida, jamais teria pedido isso:
“Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me,
peço-te, do teu livro, que tens escrito. Então disse o Senhor a Moisés: Aquele
que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro” (Êxodo 32:32-33)
Como vemos, ao invés de Deus responder a Moisés dizendo-lhe
que nunca tiraria alguém do livro, ele diz expressamente o contrário: que
aquele que pecar contra Ele, teria seu nome riscado. É explícito e claro que é
possível que um nome seja retirado do livro da vida. A ideia de que nome nenhum
pode ser retirado do livro da vida é estranha às Escrituras e só foi inserida no
pensamento de alguns em função de suas crenças calvinistas, que não admitem
algo como isso.
No Apocalipse, João reflete o mesmo pensamento ao dizer:
“O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira
nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante
de meu Pai e diante dos seus anjos” (Apocalipse 3:5)
A ideia novamente é a de que é possível um nome ser riscado
do livro, e que é necessário “vencer” para não ter o nome riscado. Se fosse
impossível que um nome fosse riscado, jamais Jesus teria dito que o que vencer
não teria o nome riscado. Seria uma redundância desnecessária. A afirmação
presume que nomes podem ser riscados. Portanto, de modo implícito e também
explícito, tanto o Antigo como o Novo Testamento atestam a possibilidade de um
nome ser retirado do livro da vida. Desde Moisés (Êxodo.32:32-33), passando por
Davi (Sl.69:28) até João (Apocalipse.3:5), esse pensamento era claro.
Nomes seriam “tirados do livro da vida” (Sl.69:28),
“riscados do meu livro” (Êxodo.32:32-33) e somente o que vencer é que não teria
seu nome riscado (Apocalipse.3:5). Impressiona que mesmo diante dessas evidências tão
claras na Bíblia ainda tenha pessoas que se oponham a este ensino e creiam que
Deus não risca ninguém do seu livro, ou que “jamais se diz que Deus apagará o
nome de alguém do livro da vida”. Esperar-se-ia isso de principiantes no estudo
da Bíblia, não de teólogos renomados.
Concluindo, se os versos que apontam para “riscar o nome do
Livro” são verdadeiros, e são, logo, também é verdadeiro que o nome riscado já
esteve escrito no livro. Se esteve escrito no livro da Vida, então não há como
pensar na hipótese que a referida pessoa não era escolhida de Deus, pois Deus
não ia brincar de ficar escrevendo no livro da Vida e riscando também. Ora, só
resta uma alternativa: a pessoa teve seu nome inscrito no livro quando foi
salva e teve seu nome riscado do livro no momento em que perdeu sua salvação.
Esse é o grande trunfo do cristianismo: simplicidade. Essa simplicidade já foi
cantada em outros versos, sendo que esse, inclusive, foi dito pelo próprio
JESUS a João: “aquele que perseverar até o fim será salvo.”
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